segunda-feira, 18 de junho de 2012

FOLHA INFORMATIVA Nº. 77

Visita de Estudo e Institucional da Delegação Centro da AACDN ao Concelho de Miranda do Corvo, em 02-06-2012 Conforme o programado, realizou-se, no passado dia 02/06/2012 (Sábado), a visita de estudo, que teve vinte e um participantes e compreendeu o seguinte: 09H30 – Deslocação de Coimbra para Miranda do Corvo em autocarro. 10H15 - Apresentação de Cumprimentos/Recepção no Auditório da Câmara Municipal de Miranda do Corvo. Pela Câmara Municipal de Miranda do Corvo (CMMC), a Senhora Presidente, Dra Fátima Ramos, no ato acompanhada pelo Senhor Vice-Presidente Reinaldo Couceiro, iniciou a cerimónia com simpáticas Boas Vindas a todos os participantes. De seguida iniciou o “briefing”, através de um discurso que proporcionou a todos uma visão muito interessante e abrangente sobre a história do concelho e as suas gentes, o seu património histórico e a sua atual sustentabilidade económica e social. Evidenciou a tradicional Vocação Solidária do concelho, berço da reconhecida Obra do Padre Américo, com a primeira Casa do Gaiato construída em Miranda do Corvo, e hoje dispersa pelo país, Angola, Moçambique e Brasil (organização), vocação atualmente demonstrada, sob outras formas, com a grande Fundação ADFP - Assistência Desenvolvimento e Formação Profissional (Centro Social Comunitário Dr. Jaime Ramos), Informou que a ADFP é constituída por Residência para Pessoas com Deficiência, Residência Assistida com Unidades de Cuidados Continuados, Centro de Emergência Infantil, Lar de Apoio à Vida e à Mulher, Residência Geriátrica, Clínica de Fisioterapia e Reabilitação, Centro de Dia, Atividades de Tempos Livres para Crianças, tendo todas em áreas de construção integradas, com área de construção total superior a 7.000 m2 , integrando ainda o Parque Biológico da Serra da Lousã, onde situa o Restaurante Museu da Chanfana. Referiu também os significativos investimentos efetuados na construção de Parques Eólicos no concelho, a sua riqueza florestal, o seu património histórico, os microclimas que proporcionam a existência de viveiros para produção de plantas, etc, . Fez, ainda, uma especial referência à secular ligação do concelho à cidade de Coimbra através da Linha do Caminho de Ferro da Lousã, atualmente em obras para integração na Metro Mondego, S.A. (MM) ou Sistema de Mobilidade do Mondego, tendo apelado à influência de todos para que a sua conclusão ocorra com a máxima brevidade, atendendo aos dramáticos prejuízos que estão a ocorrer no concelho e ao custo das obras já realizadas, da ordem dos cento e quarenta milhões de Euro. Pela AACDN, o Presidente da Delegação Centro, Engenheiro Aires Francisco, assumindo o orgulho de ter nascido no concelho, agradeceu à Câmara Municipal de Miranda do Corvo, na pessoa da sua Presidente, a disponibilidade para receber os Auditores do CDN e os seus Convidados, de Coimbra, Porto e Lisboa, que tão generosamente corresponderam à importância atribuída à Visita de Estudo, contribuindo, assim, para o cumprimento de um dos seus principais objetivos, que é a transferência para a sociedade dos conhecimentos adquiridos no CDN, nomeadamente através da adequada análise dos assuntos que lhe vão sendo apresentados e sua difusão pelos restantes associados. Agradeceu também a presença, entre os convidados, do Comandante dos Bombeiros Voluntários de Miranda do Corvo, Sr. Fernando Jorge, mostrando apreço pela sua presença. Realçou, ainda, a presença do colega auditor do CDN, Engenheiro João Gomes Rebelo, Administrador da MM, e que nessa qualidade iria ajudar os participantes na interpretação das obras a visitar na parte da tarde. Finalmente, evidenciou a presença, entre os participantes, dos Colegas auditores do CDN, Dr. Mário Pontes e Dra. Sandra Balão, respectivamente Tesoureiro e Vogal eleitos para a nova Direção Nacional da AACDN no passado dia 18/05/2012, e que ainda não haviam tomado posse, aproveitando para desejar-lhes as maiores felicidades. De seguida procedeu à apresentação dos titulares do Órgão Diretivo da Delegação Centro da AACDN, o próprio e os Vogais Dr. António Simões e Engº Paulo Palrilha, e a própria AACDN, enquanto Associação de Utilidade Pública que integra, como associados, os cidadãos habilitados com o Curso de Defesa nacional, do Instituto de Defesa Nacional e cuja actividade é estatutariamente relacionada com o “Reforço da Identidade Nacional”, e em particular com a “Segurança e Defesa Nacional”, em sentido amplo. Também reafirmou, o que já havia formalizado aquando do pedido de Recepção para a Apresentação de Cumprimentos, que a visita de estudo se destinava à actualização Auditores dos Cursos de Defesa Nacional, os quais, enriquecidos com o acréscimo de conhecimentos obtidos no terreno, podem melhor fundamentar as suas próprias decisões no dia-a-dia e melhorar os seus contributos, através de opiniões e aconselhamentos, sempre que lhe sejam solicitados. No caso, era esperado que a actualização ocorresse pela verificação do que lhes fosse apresentado sobre o potencial do Concelho de Miranda do Corvo, nos âmbitos das “energias renováveis”, da “solidariedade” e das “infra-estruturas de transporte”(as áreas seleccionadas), nos “briefings” e visitas previstas à Câmara Municipal, ao Parque Eólico de Vila Nova, da EDP R, ao Parque Biológico da Serra da Lousã, da ADFP, onde decorreria o almoço dos participantes, e às obras do ramal ferroviário da MM, no concelho. Para terminar foi projetado um filme institucional da Câmara Municipal, que complementou a informação recebida sobre o Concelho. No final foram trocadas as tradicionais lembranças em ambiente muito cordial. Da parte da AACDN, o Engenheiro Aires Francisco fez a entrega da medalha institucional da AACDN à Senhora Presidente da Câmara, e do vaso com o logótipo da AACDN ao Comandante dos Bombeiros Voluntários, Senhor Fernando Jorge. Da parte da Câmara Municipal, a Dra. Fátima Ramos fez a entrega, ao Engenheiro Aires Francisco, da medalha institucional da Câmara Municipal, comemorativa do 1º centenário da morte de José Falcão, e de um exemplar do livro "República e Democracia", editado pela Câmara Municipal, sob a presidência da Dra Fátima Ramos, a propósito das comemorações do Centenário da República, o mesmo fazende ao colega auditor do CDN Dr. Mário Pontes, para a Direção nacional da AACDN, e procedendo ainda à entrega de lembranças do concelho a todos os participantes. 11H30 Visita ao Parque Eólico de Vila Nova, da EDP R e às Obras da MM. Nota : Foi acordado que as apresentações referentes ao Parque Eólico de Vila Nova II e às Obras do Ramal Ferroviário da MM seriam contíguas, por questões operacionais, ficando para a parte da tarde apenas a visita às obras da Metro Mondego. No Parque Eólico, a Delegação da AACDN foi simpaticamente recebida pelo Diretor - Geral da ENEOP 2, Engenheiro Pereira da Silva, também em representação da EDP R. O Engenheiro Pereira da Silva proporcionou aos participantes, a pedido do Presidente da Delegação da AACDN, uma visita a um dos aerogeradores, antes do “briefing”, para contextualização referente ao Parque Eólico de Vila Nova II, equipado com 12 aerogeradores de 2 MW, quase totalmente fabricados em Portugal, e com produção média anual de 73,5 GWh. A reunião em sala decorreu no auditório do Observatório Astronómico, junto do próprio Parque Eólico, pertencente à Junta de Freguesia de Vila Nova. Quanto à visita ao Parque Eólico : Pela AACDN, o Engenheiro Aires Francisco agradeceu à EDP R, na pessoa do Engenheiro Pereira da Silva, a disponibilidade para receber os participantes na visita ao Parque Eólico, e agradeceu ao Presidente da Junta de Freguesia de Vila Nova, entidade responsável pelo observatório, a sua presença no ato. Pela EDP R, o Engenheiro Pereira da Silva. deu conteúdo ao “Briefing”, iniciando com uma reflexão sobre o novo paradigma energético no enquadramento energético nacional atual, em que cerca de 80% da procura total de energia é satisfeita através combustíveis fósseis importados. Referiu, sintetizando, a contribuição da energia eólica em Portugal (4372 MW instalados) para a redução das importações, para a criação atual de 2500 postos de trabalho diretos, e para o desenvolvimento do interior do país (2,5% das vendas mais as contrapartidas mais as rendas aos proprietários). Realçou a presença da EDP R em onze países, mas tendo actualmente apenas cerca de 22 %, da potência eólica instalada em Portugal. Concluiu, realçando o “cluster” industrial em Portugal para as eólicas, com mais de 1900 novos postos de trabalho, contribuindo também para as exportações. Quanto à visita às obras do Ramal Ferroviário da Metro Mondego : Pela AACDN, o Engenheiro Aires Francisco agradeceu à MM, na pessoa do Administrador presente e colega Auditor do CDN, Engenheiro João Rebelo, a disponibilidade para a visita dos participantes à obra da Linha Ferroviária da MM que substituirá o Ramal do Caminho de Ferro da Lousã. Aproveitou para realçar o caráter virtuoso da complementaridade das atividades das duas entidades abordadas, já que uma delas produz energia elétrica de origem eólica na Serra da Lousã e a outra pretende substituir o transporte ferroviário da linha da Lousã, com recurso a energias fósseis, por outro, igualmente ferroviário, com recurso a eletricidade, especialmente tendo-se em conta que cerca de 60 % do défice externo do nosso país diz respeito à importação de energias primárias fósseis, sendo cerca de 40 % destas consumidas em transportes. Pela MM, o Engenheiro João Rebelo disse ser com muito gosto que assumia a dupla função de auditor do CDN e de representante da MM, iniciando de seguida a projeção de uma apresentação institucional, que foi comentando, sobre os objetivos da obra e sobre o seu ponto de situação atual. Começou por referir que o Metro Mondego é constituído por duas partes, uma urbana e outra suburbana, incidindo as obras actuais essencialmente no traçado suburbano. Depois de informar, com algum pormenor, sobre as obras já concluídas, onde faltam os carris e a catenária, informou que daria informação complementar aquando da visita, prevista para a parte da tarde, às estações de Corvo, Miranda do Corvo, Lobazes e Moinhos. No final das duas apresentações, o Engenheiro Aires Francisco fez a entrega da medalha institucional da AACDN a cada uma das duas Entidades, EDP R e MM, nas pessoas dos Engenheiros Pereira da Silva e João Rebelo, e ainda uma lembrança da AACDN ao Senhor Presidente da Junta de Freguesia. O Engenheiro Pereira da Silva retribuiu com a oferta do livro "cães de gado", e o Engenheiro João Rebelo com a oferta de uma brochura sobre o Metro Mondego. 14h00 O almoço, que decorreu no Restaurante Museu da Chanfana, localizado no Parque Biológico da Serra da Lousã, proporcionou uma troca de impressões informal mas muito produtiva acerca dos assuntos tratados, e o sempre agradável convívio entre todos os participantes, auditores de vários cursos e convidados. 16H30 O Engenheiro João Rebelo acompanhou os participantes na visita a quatro Estações da MM em obra, localizadas em Corvo, Miranda do Corvo, Lobazes e Moinhos, todas no concelho de Miranda do Corvo. Em cada estação, e durante os trajetos, o Engenheiro João Rebelo deu os esclarecimentos que lhe foram solicitados. A visita terminou na estação da MM de Moinhos, tendo os participantes continuado a viagem de autocarro até Coimbra, como previsto, finalizando assim o programa. Com um grande Abraço a todos os Participantes, Aires Francisco, (Presidente da Delegação Centro da AACDN )

terça-feira, 22 de maio de 2012

FOLHA INFORMATIVA Nº. 76


Defender e Consolidar a Portugalidade, pela Ética e pelos Valores

FOLHA INFORMATIVA Nº. 76 | AACDN

Folha Informativa n.º 75


PROTOCOLO ENTRE A AACDN E O GOVERNO REGIONAL DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA NOVA DELEGAÇÃO REGIONAL DA MADEIRA

A Associação de Auditores dos Cursos de Defesa Nacional e o Governo Regional da Região Autónoma da Madeira celebraram hoje, dia 16 de Maio de 2012, pelas 15h30, na Secretaria Regional da Educação e Recursos Humanos – Palácio do Governo, no Funchal, um protocolo que visa acordar a cooperação no desenvolvimento da consciência e cultura da Segurança e da Defesa na sociedade civil através da realização de actividades conjuntas baseadas na troca de experiências e fomentando iniciativas de interesse comum.

A AACDN esteve representada na assinatura deste protocolo pela sua Presidente da Direcção, Dra. Isabel Meirelles e pelo associado Senhor Carlos Rodrigues Santos.

Foi, também, criada a nova Delegação Regional da Madeira da AACDN que terá como Presidente do Conselho Directivo, o Dr. Eduardo Brazão de Castro.

Estiveram presentes, para além de vários Auditores da Madeira, muitas individualidades da Região Autónoma, nomeadamente o Senhor Secretário Regional da Educação e Recursos Humanos, Dr. Jaime Manuel Gonçalves de Freitas, o Senhor General Comandante Operacional da RAM, Capitão-de-Mar-e-Guerra Amaral Frazão, o Senhor Comandante do AM3, Coronel Telmo Reis, representantes do SEF e do SIS, bem como outras autoridades da Região Autónoma da Madeira e a presença em força da comunicação social da região.

Funchal, 16 de Maio de 2012



Carlos Rodrigues Santos

Associado n.º 1001/92


terça-feira, 15 de maio de 2012

FOLHA INFORMATIVA N.º 74

 
VISITA DA AACDN À EADS EM SEVILHA


No seguimento do amável convite feito pela ADALEDE, um grupo de cerca de vinte auditores da AACDN deslocou-se à Andaluzia para, nos arredores da velha cidade de Sevilha, visitar as modernas e importantes instalações da empresa aeroespacial “EADS”, vocacionada para a construção de aviões, helicópteros e veículos espaciais e que, de momento, está empenhada em manter-se como leader europeu não obstante a grande concorrência que tem encontrado por parte do gigante norte-americano “Boeing”.

Não obstante o imenso calor que se fazia sentir na capital da província espanhola, a visita desenrolou-se tendo tido a simpática companhia de um senhor general da Força Aérea de Espanha, auditor e sócio da ADALEDE, o que emprestou ao evento um significado muito especial pois o recente encontro no Porto de membros das duas associações ibéricas cimentou futuras realizações a vários níveis, assim haja vontade e disponibilidade dos futuros órgãos da nossa associação.

A EADS de Sevilha, o ramo civil da “Airbus” tem-se dedicado à construção de aviões de transporte, concretamente, o “CN-235”, o “C-295” (de que a FAP possui doze exemplares) e o famoso “A-400M”, que poderá ser o futuro avião de transporte estratégico/táctico de muitas forças aéreas do mundo, não obstante os constantes atrasos que se têm verificado na sua construção, o que fez disparar os preços para cerca de duzentos milhões de euros por cada aparelho. 

Esta empresa, que emprega pessoal de alta qualificação técnica, e oriundo de vários Estados europeus, dispõe de tecnologia de ponta e de instalações modelares que fazem de Espanha um importante núcleo da construção de aviões militares em todo o mundo.

Para lá da construção de aviões, a EADS dedica‐se, também, à modernização de aparelhos, uns destinados à Força Aérea espanhola e outros às formações aéreas de outros países, como acontece de momento com os “P-3B Orion” que o Brasil adquiriu aos EUA e que estão a ser transformados em Sevilha segundo os requisitos brasileiros.

Nota-se, como se disse anteriormente, uma grande preocupação com o programa “A‐400M” pois a sua não concretização ou a existência de mais atrasos levarão ao eventual cancelamento de encomendas ou mesmo ao desinteresse de clientes fora da área geográfica da Europa, o que aconteceu já com a África do Sul, Chile e Malásia. De momento, este espectacular avião de transporte, onde os auditores portugueses se deixaram fotografar, está encomendado pela Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Itália, Luxemburgo e Reino Unido.

Portugal, que mostrou interesse, anos atrás, em adquirir três aparelhos, que poderiam substituir os “C-130H”, desistiu do negócio e perdeu, consequentemente, via OGMA, uma excelente oportunidade de modernizar a sua decadente indústria aeronáutica.

Após um briefing a que se seguiu uma cuidada visita aos vários pavilhões, sempre acompanhados por um alto responsável das EADS e do colega auditor espanhol, os auditores portugueses foram obsequiados com um excelente almoço que ajudou a recuperar as forças numa visita toda ela de grande interesse e significado estratégico.

Agora que os Estados da União Europeia apostam no desarmamento e em que os fundos dedicados à Defesa se mostram cada vez mais escassos, a visita às instalações da EADS em Sevilha serviu para um alerta: sem uma indústria de Defesa própria e que possa concorrer com os EUA, dificilmente a Europa poderá aspirar a ser autónoma na área crítica do desenvolvimento militar de ponta.

Que o futuro seja bem mais sorridente do que as muitas pistas apreendidas em Sevilha parecem, infelizmente, querer indiciar, são os nossos votos.

Cabe aos europeus responderem aos desafios com que se defrontam nesta década de tantas incertezas e de perigos escondidos.

Lisboa, 14 de Maio de 2012


Manuel Alves
Associado n.º 986/95

FOLHA INFORMATIVA N.º 73


CONCLUSÕES DA CONFERÊNCIA AACDN-ADALEDE

No sábado, dia 5 de Maio, deu-se a sessão de trabalho conjunta AACDN-ADALEDE.

O tema proposto pela Delegação Regional Norte da AACDN – e aceite pela ADALEDE - para este primeiro encontro de trabalho foi: “Portugal e Espanha como plataformas europeias para (e da) África e América Latina”

O modelo de trabalho proposto era inovador para iniciativas da Delegação Regional do Norte da AACDN: uma espécie de mesa redonda entre os representantes da ADALEDE, os auditores da AACDN e, por decisão conjunta, alguns cidadãos não-auditores mas interessados nas temáticas que a todos nós devem preocupar, nomeadamente as relativas à da disseminação da cultura de segurança e defesa, e a urgente superação da situação em que nos encontramos.

A metodologia de trabalho mostrou-se muito efectiva tendo permitido uma discussão animada, com diferentes pontos de vista a serem defendidos, e a participação de todos os presentes, sem excepções. Foi possível estabelecer não só algumas conclusões como apontar alguns caminhos para as nossas associações e para a sua cooperação futura.

Aqui ficam as que foram aprovadas como Conclusões desta primeira sessão de trabalhos conjunta:

A crise que afecta os nossos países e, de algum modo, toda a Europa, é grave. Começou por ser financeira. Hoje é económica. Pode – e esse deve ser um eixo e uma preocupação importante em termos de segurança colectiva e defesa nacional – tornar-se em crise social profunda. Há indícios de que tal pode acontecer em breve, com o aumento continuado do desemprego e o fim dos apoios às pessoas e famílias atingidas.

Muito em especial, este desemprego atinge os jovens (quase 50% no caso Espanhol) correndo o risco de se criar uma geração sem horizontes e sem esperança.

Mas estas mudanças levam também a outras mudanças, como noções de regresso à maior importância da célula familiar (com muitos filhos, mesmo casados, a regressarem a casa dos pais), e de modelos de comércio e produção tradicionais. Pode ser o tempo de inverter uma linha que se vem verificando: o de saber o preço de tudo, mas o valor de muito poucas.

O papel das nossas associações, e de cada um dos auditores, é ajudar a construir caminhos. As conclusões deste pequeno debate apontam necessariamente para a cooperação e para o reforço nos eixos da nossa expansão tradicional – América Latina e África (mais focado na África do Norte no caso Espanhol, mais focado na área Subsahariana no caso Português) – como meio de poder construir tais caminhos. Um tempo de regresso às origens.

A promoção das boas relações com estes povos e Estados, as questões da (e) e da (i) migração destes e para estes países, a igualdade de tratamento em termos de cidadania mas também em termos comerciais, são uma parte crítica deste processo de (re)internacionalização. Questões como as da nacionalização da YPF (Repsol) ou das Pautas Aduaneiras completamente desequilibradas entre os diferentes países, mostram como estamos longe de traduzir em realidade a “amizade” declarada.

Cooperar é também pensar e agir em conjunto em vez de ceder à tentação de tudo tentar sozinho. E isto estende-se à urgência de cooperação a nível Europeu em detrimento da sensação de exploração mútua: as desigualdades gritantes, ou o empréstimo de uns Estados a outros a taxas “usurárias” não são sustentáveis.

Estados devem estar mais centrados na vida real. Menos distantes. Devem e precisam apoiar estruturas internas - sociais e empresariais.

Fica como exemplo a seguir o dado pelo Vice-Presidente da ADALEDE: querem chegar a cooperar com a sua congénere Francesa, mas querem fazê-lo em parceria com a AACDN. Ao mesmo tempo, este conceito de cooperação como prioridade, em linha com as tendências e boas práticas mais actuais, de trabalho em rede e de co-trabalho, abrem para as nossas associações um eixo de projectos futuros: a disseminação da cultura de defesa interna passa também por esta noção de que a cooperação é uma prioridade.

Ficou, por fim, decidido que a ADALEDE e a ACCDN deveriam dar exemplo. E por isso ficou decidido que ambas as Associações deveriam tentar transmitir aos respectivos Ministros dos Negócios Estrangeiros e da Economia, Comércio e Indústria e, eventualmente, da Defesa, estas conclusões. O objectivo é demonstrar que a sociedade civil, os técnicos, os militares, pensam, têm soluções e querem transmiti-las. E devem fazê-lo.


Luis Maia
Associado n.º 673/99

FOLHA INFORMATIVA N.º 72



VISITA DA ADALEDE AO PORTO


A convite da Delegação Regional Norte da AACDN, estiveram no Porto representantes de uma delegação da ADALEDE, numa iniciativa que será com certeza apenas a primeira de uma longa e frutuosa cooperação.

A comitiva espanhola, composta pelo seu primeiro Vice-Presidente, Tenente General Carlos Gómez Arruche, acompanhado pela sua esposa, e vindo em representação do Presidente, Dom Antonio Colino, e pelo responsável pelas relações institucionais, José Maria Ozores Massó, após devidamente instalada, foi primeiramente recebida no Castelo de São João, sede do IDN no Porto. A simpática recepção, um Porto de Honra presidido pelo Professor António Vilar, em nome da Delegação Regional, contou com a presença de auditores de diversos cursos, e com a hospitalidade do Tenente Coronel Lourenço, em representação do Tenente Coronel Veloso, que está à frente da Delegação do IDN Porto, mas que partiu em missão precisamente neste dia (aprontamento para chefiar a missão Portuguesa ao Afeganistão que irá partir no Outono deste ano).

O jantar de boas vindas foi ocasião para boa a animada troca de impressões sobre a situação dos nossos países e associações, bem como para um convívio em redor de alguns produtos portugueses que foram muito apreciados e serviram para compensar a meteorologia adversa deste primeiro dia da visita da ADALEDE ao Porto.

O segundo dia iniciou‐se cedo, novamente no IDN do Porto, com a sessão de trabalho prevista, num seminário‐mesa redonda que teve na mesa o Vice-Presidente da ADALEDE, a Presidente da AACDN, Dra. Isabel Meirelles, e o Presidente da Delegação do Norte da AACDN, Professor AntónioVilar. E foi considerada unanimemente muito produtiva por todos os participantes, e sobre a qual faremos uma nota informativa específica. A sessão estendeu-se por toda a manhã.

O circuito histórico iniciou‐se pela “Ribeira”, coração da zona património mundial e o menu do almoço, num restaurante dos mais antigos da cidade, não poderia ser mais típico: feijoada e francesinha, conforme as escolhas.
Havia, pois, muitas calorias para sustentar uma caminhada que foi longa, e acompanhada de explicações sobre a cidade, a sua evolução e ligação à História de Portugal. Foi um privilégio ser o cicerone deste grupo, composto pela delegação da ADALEDE e da AACDN pelo Porto de Dom Hugo, muralha Fernandina, “ponte das Barcas”, Sé, Pelourinho, Avenida dos Aliados, Torre dos Clérigos, num visionamento cuidado dos azulejos da Estação de São Bento narrando episódios da nossa história e da nossa cultura, até à maravilhosa vista da Serra do Pilar e a visita às caves, num dia em que o sol decidiu marcar forte presença. Foi este conjunto que deixou os nossos visitantes, nas suas palavras, “maravilhados”.

Vímara Peres, D. Afonso Henriques, Egas Moniz, o Bispo do Porto Dom Hugo, D. João I, D. Fernando, o Infante D. Henrique, D. João II, D. Manuel, D. José, o Marquês de Pombal, D. Luis I, Oliveira Salazar ou Ernâni Lopes (negociação de adesão à EU) foram alguns dos nomes de personalidades da nossa história de que se falou ao longo do circuito histórico.

O programa alongou‐se e por isso a visita ao Palácio da Bolsa e à talha dourada da Igreja de São Francisco tiveram de ser preteridas mas, como previsto, tudo terminou num jantar em honra dos convidados. Na realidade ele deu‐se já em horário “espanhol” (eram já mais de 23 horas quando se iniciou) mas isso não impediu que fosse também ele muito animado e de fortalecimento de laços que são já fortes. As instituições são as pessoas e há uma grande vontade de trabalhar em conjunto, havendo já ideia de um seminário, em Espanha, talvez em Novembro.

No domingo o programa foi livre e ficamos satisfeitos por saber que os nossos convidados tiveram a curiosidade de completar o programa do dia anterior. Já noutro edifício com que ficaram muito bem impressionados, o aeroporto Francisco Sá Carneiro, foram sinceros e profundos os seus agradecimentos na hora da despedida.

Até breve.

Luís Maia
Associado n.º673/99

quarta-feira, 4 de abril de 2012

FOLHA INFORMATIVA Nº. 71

A Assinatura de mais do que um Protocolo de Cooperação




A Assinatura do Protocolo com a ADALEDE, nossa congénere espanhola, em Madrid, a 17 de Fevereiro de 2012 abre as portas a inúmeras oportunidades e pode ajudar a internacionalizar as actividades da AACDN e a transformá-la, cada vez mais, num Think Tank com relevo na definição da estratégia e das mais importantes políticas nacionais.



No passado dia 17 de Fevereiro decorreu, em Madrid, a assinatura do protocolo de cooperação entre a ADALEDE – Associación de Diplomados en Altos Estudos de la Defensa Nacional – e a AACDN.

Durante os dois dias da estadia em Madrid a delegação da AACDN foi sempre acompanhada pelo Presidente da ADALEDE, Dom Antonio Colino, e pelo seu 1.º Vice Presidente, Tenente General Carlos Arruche Gomez. A Delegação da AACDN foi composta por Dr.ª Isabel Meireles, Dr.ª Maria do Céu Madeira e Eng.º Américo Ferreira, em nome da Direcção, e por mim, sócio 673/99.

Para além da assinatura do Protocolo, o programa contemplou momentos de elevado interesse, nomeadamente:

- um passeio pedestre pela Madrid histórica, devidamente guiada pelos nossos anfitriões, que a partir da visita conseguiram dar uma visão global da história de Espanha desde os Reis Visigóticos, e do papel da cidade de Madrid nesse processo, desde Filipe I;

- um jantar no Teatro Real, em que para além do Presidente e 1.º Vice Presidente da ADALEDE estiveram presentes dois outros membros da Direcção, Carmen Rodriguez Augustin e Luís Lloret Gadea, e onde se debateu o Iberismo, o funcionamento dos Cursos nos dois países e, sobretudo, os possíveis modos de cooperação futura;

- uma interessantíssima visita ao Museo Naval de Madrid, em que fomos acompanhados por um outro membro da Direcção da ADALEDE, o Embaixador Salino (ex-embaixador do Reino de Espanha em São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, e que além de falar Português é um grande amigo e conhecedor de Portugal, tendo até sido sócio do Comércio do Porto). Tivemos o privilégio de ser guiados pelo Director da Fundação do Museu Naval, Don Emilio Aléman de la Escosura, numa visita ao Museu que se transformou num momento de aprendizagem sobre o papel da Marinha e do mar no desenvolvimento e na história de Espanha, bem como de um frutífero debate de ideias sobre a nossa História comum, em Terra e no Mar - com a devida polémica inerente a diferentes visões e versões - mas sempre com a cordialidade devida e um elevado sentido do humor do nosso anfitrião. A delegação teve ainda oportunidade de apresentar cumprimentos ao Director do Museu Naval de Madrid, Almirante Gonzalo Rodríguez González-Aller.

A delegação foi então conduzida até às instalações da CESEDEN - Centro Superior de Estudios de la Defensa Nacional - do Ministério da Defesa, onde a delegação da AACDN foi recebida pelo Director, Tenente General Alfonso de la Rosa Morena, e onde se juntaram a nós mais dois membros da Direcção da ADALEDE, José Maria Ozores Masso e Javier Ruiz de Ojeda (Secretário da Direção da ADALEDE).

O CESEDEN, em plena Avenida Castellana, nas proximidades do Ministério da Defesa, alberga a sede da EALEDE: Escuela de Altos Estudios de la Defensa (a entidade correspondente, grosso modo, ao IDN) e o ESFAS - Escuela Superior de las Fuerzas Armadas (aproximadamente equivalente ao Instituto de Estudos Superiores Militares), e funciona como casa-mãe da ADALEDE, tal como a delegação pode aprender durante a interessante apresentação do CESEDEN que foi conduzida pelo Tenente Coronel José Manuel Estévez Payeras.

Precedida do preenchimento do Livro de Honra do CESEDEN e antes do almoço de confraternização entre os membros da Direção da ADALEDE e da da CESEDEN e da delegação da AACDN, deu-se a dupla assinatura (uma em cada língua) do Protocolo de Cooperação entre a AACDN e ADALEDE, cujo conteúdo se pode conhecer no sítio da AACDN (www.aacdn.pt).

Este protocolo é o culminar de um processo que se iniciou há alguns meses, e que teve um primeiro momento de encontro com a presença de uma delegação da ADALEDE no Congresso da AACDN, no Algarve, em Outubro de 2011.

Luís Maia
Sócio nº. 673/99